Diversidade alimentar e excelência em saúde: um bate-papo com Janaína Freitas, supervisora de Operações da Sapore  

06 | 11 | 2025
Alimentação

Diversidade é a cara do Brasil, e isso se reflete também na alimentação.  

Para redes de hospitais que estão no país inteiro, isso se torna um desafio e uma grande oportunidade. Afinal, é possível pensar em cardápios nacionais, sem perder o “tempero” e o sabor local?   

Para entender melhor como esse equilíbrio é possível, conversamos com Janaína Freitas, supervisora de Operações da Sapore. Ela compartilhou sua experiência e falou sobre a importância da escuta ativa, da valorização dos ingredientes regionais e da adaptação de cardápios para garantir qualidade e satisfação em cada hospital atendido.  

Sapore:  Quais são os principais desafios de atuar em um país tão diverso cultural gastronomicamente?  

Janaína Freitas:  O Brasil é riquíssimo em sabores e tradições. O maior desafio é atender às expectativas dos clientes, respeitando costumes regionais sem perder a identidade. Muitas vezes, uma preparação aceita em uma região não é bem recebida em outra. Ou ainda, há ingredientes que só estão disponíveis em algumas regiões. Por outro lado, essa diversidade é uma oportunidade de ampliar o repertório gastronômico dos nossos clientes, e reviver memórias afetivas. 

Sapore:  De que forma a Sapore estuda os hábitos alimentares de cada região antes de elaborar um cardápio?
Janaína Freitas:  Analisamos os alimentos típicos, os pratos favoritos, os padrões de consumo e as tradições locais. Também buscamos informações diretamente com os clientes, incluindo incidências regionais e eventos sazonais. Esse processo de escuta e pesquisa garante cardápios saborosos e valorizados. Temos chefes regionais que cuidam do planejamento e execução das receitas. 

Sapore:  Você poderia compartilhar exemplos de adaptações feitas em cardápios?
Janaína Freitas:  Sim, um exemplo clássico é o feijão. No planejamento, geralmente usamos o feijão mulatinho. Mas no Rio de Janeiro, precisamos substituí-lo pelo feijão preto, que faz parte do hábito local. Já no café da manhã, o Nordeste valoriza alimentos como cuscuz, aipim e tapioca, enquanto no Sudeste predominam pão francês, queijos, frios e cereais.  

Sapore:  Como conciliar sazonalidade e padronização?
Janaína Freitas:  Trabalhamos com grandes fornecedores, garantindo abastecimento mesmo em baixa safra. E nosso planejamento já considera substituições para determinadas épocas do ano, sempre respeitando necessidades de cada cliente. 

Sapore:  Quais são os impactos positivos do uso de produtos locais?
Janaína Freitas:  Eles trazem frescor, melhor custo-benefício, menor desperdício, estímulo à economia regional e ganho de sabor.  

Sapore:  Que conselho você daria aos hospitais que buscam equilibrar qualidade, logística e gosto local?
Janaína Freitas:  Praticar a escuta ativa com os clientes, acompanhar indicadores de satisfação e ajustar quando necessário. Adaptar produtos às preferências regionais sem perder a qualidade é essencial, assim como priorizar sempre os produtores locais.  

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